Desafios das Mães no Mercado de Trabalho: Superando Barreiras e Buscando Equidade

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Os desafios enfrentados pelas mães no mercado de trabalho são complexos e multifacetados, enraizados em crenças históricas e desigualdades estruturais. Um dos principais obstáculos à carreira das mulheres é a ideia de que a maternidade compromete seu desenvolvimento profissional. Essa visão prejudica a trajetória das mães, que frequentemente enfrentam discriminação e falta de apoio no ambiente corporativo.

De acordo com o estudo “Aldeias do Cuidado”, 54% das mães relatam não terem recebido promoções após o nascimento dos filhos, comparado a 48% dos homens. Além disso, 42% das mães relatam terem perdido oportunidades de carreira, contra apenas 27% dos pais. A realidade é ainda mais crítica para mães negras, que enfrentam um ciclo de pobreza intergeracional.

Esses desafios são amplificados pela sobrecarga com as tarefas domésticas e a falta de apoio institucional, como a ausência de vagas em creches públicas. Segundo o movimento Todos Pela Educação, mais de 2 milhões de crianças de até 3 anos ficaram sem acesso a creches em 2022, limitando ainda mais as oportunidades das mulheres no mercado formal de trabalho. Muitas mães acabam recorrendo ao empreendedorismo como alternativa.

Um estudo do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) reforça a penalidade materna, que reduz em até 20% as chances de uma mulher estar empregada em relação aos homens, permanecendo presente até dez anos após o nascimento do primeiro filho. O impacto é ainda maior para famílias de baixa renda, onde a taxa de informalidade e ocupações sem carteira assinada também é significativa. Além disso, as mães tendem a ganhar 24% menos que os homens, o que reflete uma profunda desigualdade de gênero.

A situação se agrava com o envelhecimento da população, já que as mulheres, além de cuidarem dos filhos, assumem também os cuidados com idosos, o que pode prejudicar ainda mais sua trajetória profissional. Essa desigualdade de gênero, com as mulheres sendo mais escolarizadas, mas menos inseridas formalmente no mercado de trabalho, reflete a necessidade urgente de políticas públicas interseccionais.

A criação de políticas voltadas ao cuidado, como a ampliação de creches e a escola em tempo integral, além de medidas de apoio ao cuidado com idosos e pessoas com deficiência, é fundamental. O fortalecimento de programas sociais como o Bolsa Família também se mostra essencial para mitigar a vulnerabilidade das mães, especialmente as mães solo, que lideram três em cada quatro famílias no Cadastro Único e, em sua maioria, são negras ou pardas.

Portanto, enfrentar os desafios das mães no mercado de trabalho exige uma transformação cultural e a criação de políticas públicas que valorizem e protejam as mulheres, garantindo equidade e inclusão. Além disso, a divisão igualitária das responsabilidades domésticas e de cuidado entre homens e mulheres é imprescindível para superar os preconceitos e permitir que as mães alcancem seu pleno potencial profissional.

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