O Brasil registrou, em 2023, o menor número de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham desde o início da série histórica, em 2012. Os números fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada pelo IBGE na última semana. De acordo com o estudo, a taxa caiu para 21,2%, o equivalente a 10,3 milhões de pessoas. Em comparação com 2022, houve uma redução de 5,8%, representando 663 mil jovens a menos nessa situação.
Essa melhora reflete avanços significativos das políticas públicas afirmativas do Governo Lula na recuperação do mercado de trabalho e no aumento da inclusão escolar. Além disso, as mudanças demográficas, como o envelhecimento gradual da população brasileira, também contribuíram para a redução.
Desigualdades ainda preocupam
Apesar do progresso, a proporção de jovens que não estudam nem trabalham ainda é motivo de preocupação, especialmente entre os mais pobres. Ainda segundo o levantamento do IBGE, 49,3% dos jovens pertencentes aos 10% mais pobres do país estavam nessa condição em 2023, enquanto entre os 10% mais ricos, o índice foi de apenas 6,6%.
As desigualdades também se refletem no recorte de gênero e raça: mulheres negras de famílias de baixa renda estão entre as mais afetadas. Esse cenário é resultado de fatores históricos e estruturais em que ainda são demandadas mais políticas públicas mais inclusivas e assertivas.
Um marco em meio aos desafios
Os dados mostram uma recuperação importante em relação ao período crítico entre 2016 e 2020, quando a taxa de jovens “nem-nem” atingiu 28%, impulsionada pela recessão econômica, pela pandemia de Covid-19 e pela falta de políticas adequadas nos governos Temer e Bolsonaro.
Para o Sindicato dos Comerciários de Fortaleza e Região, a redução da taxa de jovens “nem-nem” é um indicativo positivo, mas o desafio permanece. A instituição acredita que a juventude é o futuro da sociedade, e garantir acesso ao emprego digno e à educação de qualidade é essencial para a construção de um país mais justo e igualitário.
O sindicato também reforça a importância de políticas públicas positivas que promovam inclusão social, educação de qualidade e oportunidades no mercado de trabalho, sobretudo para os jovens de famílias em situação de vulnerabilidade. Esses avanços são essenciais não apenas para a juventude, mas para o desenvolvimento do Brasil como um todo.